segunda-feira, 28 de abril de 2008

Vários distúrbios alimentares

Distúrbios alimentares existentes


Anorexia Nervosa: A anorexia habitualmente tem início na adolescência, apesar de poder ter início num período anterior, a infância, ou posterior, aos 30, 40 anos de idade. Pensa-se que as raparigas oriundas de meios socio-económico-culturais mais elevados e diferenciados têm uma maior incidência desta perturbação, mas também as restantes podem vir a sofrer da mesma. Com frequência, outros membros da família já tiveram sintomas idênticos. Quase sempre, a anorexia tem início nas vulgares dietas que as adolescentes fazem. Cerca de 1/3 das pacientes com anorexia tinha peso a mais antes de iniciar tais dietas. No entanto, ao contrário das "dietas comuns", que terminam quando o peso desejado é alcançado, na anorexia a dieta e a perca de peso subsistem até que a pessoa atinge níveis de peso muito inferiores às esperadas para a sua idade. Embora o termo "anorexia" signifique "perca de apetite", o que se passa na realidade é que a pessoa com anorexia mantém o seu apetite normal mas controla drasticamente o mesmo.



Na anorexia podemos citar como sinais de alerta:
Preocupação por ser gordo(a) apesar da manutenção de um peso corporal normal (grandes preocupações com a estética);
Perda de uma quantidade significativa de peso corporal;
Peso corporal muito baixo para um bom desempenho atlético;
Preocupação com a dieta, contagem de calorias, preparo e ingestão de alimentos (grande preocupação com a restrição dos alimentos);
Necessidade compulsiva de realizar actividade física contínua e vigorosa que ultrapassa as exigências de treino para seu desporto específico (sempre acha que está acima do peso e precisa emagrecer);
Manutenção de uma aparência "magra" (peso corporal inferior a 85% do peso esperado);
Episódios esporádicos de exagero alimentar e de purgação (sentimentos de culpa);
Descontentamento com as partes corporais correspondentes ao dorso e às extremidades (várias áreas percebidas constantemente como "gordas" ou proeminentes).


Bulimia Nervosa: A bulimia, assim como anorexia é uma disfunção alimentar. Tem incidência maior a partir da adolescência e prevalência de 2 a 4%. Em 90% dos casos ocorre em mulheres. A pessoa bulímica tende a apresentar períodos em que se alimenta em excesso, muito mais do que a maioria das pessoas conseguiriam se alimentar em um curto espaço de tempo, seguidos pelo sentimento de culpa.


Na bulimia, estes são alguns sinais de alerta:
Preocupação excessiva com o peso, a estatura e a composição do corpo;
Aumentos e perdas frequentes de peso corporal (devido a ingestão e logo após a purgação);
Idas ao banheiro após as refeições (para estimular o vómito);
Temor de não ser capaz de controlar a comida (medo de não ter auto controle sobre os alimentos);
Comer quando deprimido (uma forma de aliviar os problemas);
Dieta compulsiva após episódios de alimentação exagerada (se culpa pela ingestão dos alimentos, e tenta a qualquer custo se ver livre das calorias ingeridas);
Grandes desvios no humor, depressão, isolamento (devido a todos os outros factores apresentados);
"Orgias alimentares" reservadas, porém nunca comendo em excesso diante dos outros (devido ao sentimento de culpa e depressão comem até que não consigam ingerir qualquer outro alimento);



Ingestão Compulsiva: Embora este distúrbio alimentar não seja tema de ribalta ou tão conhecido, como a anorexia e a bulimia, ele existe.É natural que os adolescentes sintam fome, pois nesse período o apetite aumenta dado que o organismo reclama nutrientes para suportar o crescimento. Há, no entanto, adolescentes cujo apetite é tão voraz, que são incapazes de resistir à comida. Comem, comem, comem... sem parar. Qualquer motivo serve para devorarem mais um pacote de bolachas, batatas fritas... e quando se esgotam renovam-se até estarem empanturrados com uma sensação de total desconforto.Comem porque estão zangados, aborrecidos, magoados, stressados...Quem sofre de crises de voracidade alimentar alivia a tensão e conquista algum conforto através da comida, mas depressa emergem sentimentos de culpa e vergonha porque perderam o controlo. Surge também uma insatisfação com os quilos que se ganham, consequência óbvia da quantidade exagerada de alimentos ingeridos. A obesidade é uma característica comum a quem sofre desta desordem, o que leva ao desenvolvimento de problemas de saúde como hipertensão, dores articulares, dificuldades respiratórias.






Obesidade: Doença dispendiosa, de alto risco, crónica e reincidente; esta doença afecta milhões de pessoas em todo o mundo, inclusive crianças. Embora não seja nova, ela assume agora proporções epidémicas e está a aumentar exageradamente. Esta tendência é, sem dúvida, alarmante em virtude das doenças associadas à obesidade.
Ser obeso é ter uma doença crónica ocasionada por um excesso de gordura corpórea. A obesidade é identificada quando há um desequilíbrio energético, ou seja, a energia ingerida (a quantidade de calorias que nós ingerimos) é maior do que a energia dispendida (número de calorias usadas pelo nosso metabolismo, durante actividade física e na formação de calor) por um longo período de tempo. De acordo com as tabelas da Metropolitan Insurance Life Company (Nova York, EUA), uma pessoa é considerada obesa quando seu peso for no mínimo 20% maior do que o considerado ideal para sua altura.







A obesidade é:
-Excesso de gordura corpórea.
-Doença crónica multifactorial e que requer tratamento médico.
-Consequência do excesso de ingestão de gordura proveniente dos alimentos.
-Doença epidémica.
-É uma condição associada, sem dúvida a outras doenças e à diminuição da qualidade de vida.
-Significativa grande responsabilidade pelos custos do sistema de saúde.





Ortorexia: A Ortorexia é uma doença que se caracteriza por uma preocupação exagerada por alimentos naturais e saudáveis. São exemplos de alimentos naturais os vegetais, os cereais, as frutas e outros que sejam cultivados através da agricultura biológica, ou seja sem tóxicos. Ao invés do que acontece com distúrbios como a bulimia ou a anorexia que a preocupação principal é o controlo do peso com a Ortorexia a principal preocupação com a qualidade dos alimentos que consumem. Uma pessoa com este problema ocupa a maioria do seu tempo com a preparação dos alimentos chegando mesmo a não comer por não conseguirem encontrara e preparar os alimentos. Ao deixar de comer certos alimentos, que não são substituídos por outros não adquirindo desta forma os nutrientes necessários ao organismo.
Os principais problemas que advém de este tipo de distúrbio são: anemia, carência vitamínica e problemas de âmbito social, como afastar-se do grupo de amigos.
Embora ainda não seja reconhecida como doença pela Organização Mundial de Saúde, mas esta tem vindo a ser motivo de debate entre os especialistas em comportamentos alimentares.


Os ortoréticos só comem os alimentos que:
- Não possuem aditivos, corantes, conservantes, etc.
- Não forem cultivados com pesticidas ou desinfectantes.
- Não possuem gorduras animais.
- Tiverem um rótulo que indiquem que são biológicos.






Desnutrição: A desnutrição é uma doença causada por dieta inapropriada, hipocalórica e hipoprotéica; também pode ser causada por má-absorção de nutrientes ou anorexia. Tem influência de factor social, psiquiátrico ou simplesmente patológico. Acontece principalmente em indivíduos de baixa classe social e principalmente as crianças de países subdesenvolvidos. A causa mais frequente da desnutrição é a má alimentação pela pobreza. Ainda, outras patologias podem desencadear má absorção ou dificuldade de alimentação (disfagia) e causar a desnutrição.


Sintomas e outros sinais de alerta:
- Emagrecimento
- Cuidado excessivo com a alimentação
- Desculpas para não comer ou comer sozinha
- Isolamento, alterações de humor e Agressividade
- Excesso de exercício físico
- Vómito e uso de laxantes
- Atitude demasiado crítica quanto à sua imagem
- Perda da menstruação


Anemia: anemia é a falta de células snguíneas vermelhas e/ou hemoglobina (é a proteína que carrega oxigénio nas células vermelhas do sangue e é o pigmento que dá cor aos glóbulos vermelhos/eritrócitos). Essa falta de células provoca a redução da capacidade do sangue transferir oxigénio para os tecidos, pois a hemoglobina tem que estar presente para garantir a oxigenação adequada de todos os tecidos do organismo.



Os sintomas da anemia são vagos mas o mais comum é a sensação de fraqueza ou fadiga e em casos mais graves, falta de ar. Em situações mesmo severas o organismo tem uma resposta compensatória na qual o trabalho cardíaco é aumentado, levando a palpitações e transpiração, este processo pode ocasionar falha cardíaca em idosos, também é notável palidez.


O hemograma é o exame fundamental para o diagnóstico da anemia. A única forma de diagnosticar a anemia é através de exame de sangue, geralmente é feita uma contagem completa do sangue que, além de mostrar a quantidade de células sanguíneas vermelhas e nível de hemoglobina também mede o tamanho das células vermelhas, o que é importante para distinguir entre as causas da anemia. Por vezes é necessária a realização de outros exames para distinguir a causa, através de exame microscópico do esfregaço sanguíneo é possível classificar a anemia pelo tamanho ds células. O tamaho é reflectido no volume corpusculr médio:


Se as células forem menores que o tamanho normal, é dito que a anemia é microcítica


Se as células têm tamanho normal, é normocítica


Se as células forem maiores que o tamanho normal, é macrocítica ou megalobástica


Tipos de anemia:


*Anemia microcítica: o tipo mais comum de anemia é o decorrente de deficiência de ferro (este contitui uma parte essencial da hemoglobina e baixos níveis desse mineral resultam em incorporação diminuída de hemoglobina em célula vermelha) e ocorre quando o consumo na dieta ou absorção de ferro é insuficiente.


*Anemia normocítica: pode ser causada por perda de sangue aguda, doença crónica ou falha em produzir quantidade suficiente de células vermelhas.


*Anemia macrocítica: a causa mais comum deste tipo de anemia é a defeciência de vitamina B12 e /ou ácido fólico, devido á ingestão inadequda ou absorção insuficiente. O alcoolismo pode causar anemia macrocítica.


Anemias por defeitos ganéticos:


*Anemia de células falciformes *Talassemias *Esferocitose *Deficiência de glicose


Anemias por agressão periférica aos eritrócitos:


*Malária *Anemia hemolítica imunológica *Anemia por fragmentação dos eritrócitos


Anemias decorrentes de doenças da medula óssea:


*Anemia aplástica *Leucemias e tumores na medula


Tratamento da anemia por carência de ferro: Uma vez instalado este tipo de anemia, deve-se tentar corrigir os valores de ferro através do uso de ferro medicamentoso. O sulfato ferroso é o sal mais indicado pela sua absorção e baixo custo. Em caso de perda crónica de sangue, tem que se identificar e tratar a causa.


Para as crianças, a dose de ferro para o tratamento é de 3 mg/dia. Embora a melhora clínica e normalização das concentrações de glóbulos vermelhos e de hemoglobina ocorram precocemente com a reposição de ferro, a dose terapêutica deve ser mantida por 3 a 4 meses para a reposição dos valores.


Para os adultos, a dose terapêutica é de 60 mg de ferro elementar, o que corresponde a um comprimido de 300 mg de sulfato ferroso.


Devem ser tomados alguns cuidados para maximizar a absorção de ferro:


*Ingestão 30 a 60 minutos antes das refeições *Não diluir o medicamento em nenhum líquido *Ingerir sumo de frutas cítricas após o uso do medicamento


Caso essas medidas não resultem, pode-se substituir o sulfato ferroso pelo gliconato ferroso mas, devido ao seu menor conteúdo de ferro, exige um tratamento mais prolongado.

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